quinta-feira, 16 de outubro de 2008

RESUMO DO LIVRO: "O DESEJO DE ENSINAR E A ARTE DE APRENDER"

ALVES, Rubem. O desejo de ensinar e a arte de aprender. Campinas. Editora Fundação Educar DPaschoal. 2004

A primeira parte do livro é composta por seis crônicas sobre educação. O autor relata na crônica inicial, que a curiosidade é a coceira que dá no cérebro, Afirma, que todos os homens, enquanto crianças têm, por natureza, desejo de conhecer. Para as crianças o mundo é um vasto parque de diversões. As coisas são fascinantes, cada coisa é um convite.
Em uma outra crônica, o autor expõe seu pensamento de que as escolas fazem as crianças aprenderem aquilo que elas não querem aprender. As crianças têm muitas curiosidades e cabe a escola, ao professor levar a sério as perguntas que as elas fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. O autor opina que as perguntas que fazemos revelam o que queremos aprender. As perguntas que os alunos fazem revelam uma sede imensa de conhecimento. O autor se preocupa com aquilo que as escolas faziam com as crianças, mas agora se preocupa com aquilo que as escolas fazem com os professores, pois estes perderam a curiosidade em buscar, em conhecer, isso devido aos programas que devem seguir. As instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E se forem mudadas os professores aprenderão o prazer em ter curiosidade e fazer perguntas.
Numa outra crônica o autor diz que há muitos anos sugeriu que para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Pois assim como precisamos ter fome para comer, é preciso os alunos e os professores ter estímulos para aprender e ensinar. Ele afirma que toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. Para o cérebro pensar é preciso estímulos. A tarefa do professor é a mesma de uma cozinheira: antes de dar a faca e o queijo ao aluno é preciso provocar a fome.
Em uma outra crônica, Rubem Alves aborda sua preocupação em os professores estarem sempre conversando e discutindo sobre programas e pesquisas, deixando de citar no motivo pelo qual estão trabalhando na escola: os alunos. O autor destaca sonhar com o dia em que os professores terão mais prazer em falar sobre os alunos.
Outra crônica do de Rubem Alves revela que o aluno aprende o que não gosta por amar, por gostar. Quando se admira um mestre, o coração dá ordens à inteligência para aprender as coisas que o mestre sabe. Saber o que ele sabe passa a ser uma forma de estar com ele. Aprendemos porque amamos, aprendemos porque admiramos.
A importância do brinquedo para a aprendizagem das crianças está evidente na crônica Brincando que se aprende. O autor afirma que há brinquedos que são desafios ao corpo, à sua força, habilidade, paciência. E há brinquedos que são desafios á inteligência. A inteligência gosta de brincar. O brinquedo é tônico para a inteligência. Mas se ela tiver que fazer coisas que não são desafios, ela fica preguiçosa e emburrecida. Porém brinquedo pra ser brinquedo, tem de ser um desafio. Brinquedos comprados em lojas não são brinquedos por não oferecerem desafio algum. Todo conhecimento científico começa com um desafio. A tarefa do professor é entortar a sua disciplina e transformá-la num brinquedo que desafie a inteligência do aluno. Mas, para isso, é preciso que o professor saiba brincar e tenha uma cara de criança ao ensinar.
Na segunda parte do livro, Rubem Alves relata sobre a Escola da Ponte: a escola dos nossos sonhos.
O autor inicia esta parte contando como se apaixonou pela Escola da Ponte, em Portugal, um lugar único, onde alunos e professores convivem como amigos na fascinante experiência da descoberta.
Rubem Alves relembra que as crianças são curiosas naturalmente e tem o desejo de aprender. E que o interesse natural desaparece quando, nas escolas, a sua curiosidade é sufocada pelos programas impostos pela burocracia governamental.
Durante sua vida, o autor conta ter estado à procura da escola que daria asas à curiosidade. E de repente encontrou a escola de seus sonhos e se apaixonou.
Em 2000, Rubem Alves foi levado para conhecer uma escola diferente. A escola foi apresentada a ele por uma menina de 9 anos. O autor conta ter se assustado quando a menina disse que para entender a escola ele teria que esquecer de tudo o que sabia sobre escolas.
Na Escola da Ponte não há turmas, alunos separados por classes, os professores não dão aula com giz e lousa, não tem provas e notas. Os alunos aprendem através de um pequeno grupo de seis pessoas que formavam em torno de um tema de interesse comum. E o professor é convidado para ser assessor.
A escola era uma grande sala com muitas meninas, crianças pequenas, crianças grandes, algumas com Síndrome de Down. Cada uma fazendo a sua coisa. Estantes com livros. Vários computadores. Algumas crianças lendo ou escrevendo. Outras consultando livros e a internet. Algumas professoras assentadas à mesinha junto das crianças. Ninguém falava alto. E ouvia-se, baixinho, música clássica.
Ao conversar com uma menina que consultava um dicionário Rubem Alves percebeu a sua consciência em escrever textos, para que os alunos menores lessem e entendessem o que ela havia escrito.
O texto que a menina escrevia não era lição que a professora lhe passou. Ela escrevia a pedido dos alunos mais novos.
Essa rede livre de comunicação, responsabilidade e ajuda estava exibida em dois quadros afixados na parede. Num deles estava escrito Preciso que me ajudem, no outro, Posso ajudar em. Esses quadros era o meio de comunicação de quem precisava de ajuda e de quem podia ajudar.
Na Escola da Ponte, havia um tribunal de alunos para os alunos indisciplinados. Era o tribunal que entrava em ação e tomava providencias disciplinares. Os professores não eram responsáveis pela disciplina. Podendo assim, professores e diretor se dedicar aos desafios prazerosos de aprender junto com o aluno. Algum tempo depois o tribunal foi abolido pela assembléia. Percebeu-se que ele era uma instância de punição e não de recuperação.
As crianças da Escola da Ponte eram tratadas como se fossem únicas, com seus próprios sonhos, ritmos e interesses. Todas tinham o direito à alegria.
Rubem Alves conta que na Escola da ponte não havia programas. Mas isso não quer dizer que a aprendizagem aconteça ao sabor dos desejos das crianças. Uma das tarefas do professor é “seduzir” as crianças para coisas que elas ainda não experimentaram.
Naquela escola as crianças tinham o direito de não ler o livro de que não gostavam.
Rubem Alves acredita que o corpo carrega duas caixas. Uma delas é a “caixa de ferramentas”, onde se encontram todos os saberes instrumentais que nos ajudam a fazer coisas. Esses saberes nos dão os “meios para viver”. Mas há também uma “caixa de brinquedos”. Brincamos porque o brincar nos dá prazer. Na caixa de brinquedos há saberes que nos dão “razões para viver”.
Em uma parede da Escola da Ponte encontravam-se as leis. Estas eram o “pacto social” de convivência entre crianças, professores e funcionários.
Ao final da caminhada pela Escola, a menina que apresentava a escola à Rubem Alves indicou-o um computador. Nesse computador havia dois arquivos: Acho bem e Acho mal. Qualquer pessoa podia usar o computador para comunicar aos outros o que achava bem e o que achava mal.
O livro mostra que na Escola da Ponte os alunos aprendem totalidades. A totalidade vem primeiro e é só em relação a ela que as partes têm sentido.
Através da leitura e das palavras de Rubem Alves pode-se percebê-lo como um apaixonado pela Escola da Ponte. Assim como ele mesmo o reconhece. Ele conta que a escola o mostrou um mundo novo em que crianças e adultos convivem como amigos na fascinante experiência de descoberta do mundo. Aprender é muito divertido. Cada objeto a ser aprendido é um brinquedo. Pensar é brincar com as coisas. Brincar é coisa séria.
O autor conta que a amizade das crianças da Escola da Ponte o comove. Ele finaliza o livro dizendo que o maior prêmio para um professor é quando os alunos se tornam amigos dele. E afirma que um verdadeiro professor nunca sofre de solidão.


2 comentários:

Unknown disse...

Colega, posta o resumo deste livro, por favor. Estou precisando urgente!!!!
Abração.

Unknown disse...

Valeu colega!!! Muito obrigada!!!
SUCESSO PRA VOCÊ!!!!!!!!!!