terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

APRENDIZAGEM x EDUCAÇÃO FÍSICA



Os problemas de aprendizagem classificam-se em dislexia, disortografia e discauculia.
A dislexia caracteriza-se por dificuldades de aprendizagem relacionadas a identificação, compreensão, interpretação dos símbolos gráficos e por leitura defeituosa, lenta e silábica.
A disortografia consiste na dificuldade para memorizar as regras ortográficas e sintáticas, para usar algumas letras adequadamente, para diferenciar gênero de número, para inverter termos, para evitar erros gramaticais.
A discauculia é a dificuldade na identificação de símbolos visuais, em cálculo, em concepção de idéias e em aspectos verbais ou não verbais.
Os transtornos psicomotores, como a lateralidade e a estruturação do esquema corporal, são de certa forma, responsáveis pela síndrome de dislexia.
Muitos problemas de aprendizagem estão relacionados a lateralidade, tais como: os problemas de leitura e de escrita, a consciência da lateralidade (direita/esquerda), entre outros.
A Educação Física pode dar a sua contribuição para o processo de formação humana, sugerindo aos pedagogos de sala de aula que utilizem o movimento e a linguagem corporal.
A dosagem das atividades, o bom senso do professor, e a colaboração de todos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem da criança, poderão contribuir de forma significativa para o seu pleno desenvolvimento e para que atinja um bom rendimento escolar nas atividades desenvolvidas em sala de aula.
Atividades como exercício de esquema corporal, relaxamento, trabalho com diferentes ritmos, brincadeiras e jogos de construção são sugestões de atividades para ajudar a evitar possíveis problemas de aprendizagem.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

GEOLOGIA - Carvão Mineral

O carvão é uma complexa e variada mistura de componentes orgânicos sólidos, fossilizados ao longo de milhões de anos, como ocorre com todos os combustíveis fósseis. Sua qualidade, determinada pelo conteúdo de carbono, varia de acordo com o tipo de estágio dos compostos orgânicos. A turfa, de baixo conteúdo de carbonífero, constitui um dos primeiros estágios do carvão, com teor de carbono na ordem de 43%; o linhito apresenta um índice que varia de 60% a 75%; o carvão betuminoso, mais utilizado como combustível contém cerca de 75% a 85% de carbono, é o mais puro dos carvões; o antracito, apresenta um conteúdo carbonífero superior a 90%. Da mesma forma, os depósitos variam de camadas relativamente simples e próximas da superfície do solo, e, portanto, de fácil extração e baixo custo, as complexas e profundas camadas, de difícil extração e custos elevados.
O carvão mineral é o mais abundante dos combustíveis fósseis, com reservas da ordem de um trilhão de toneladas, o suficiente para atender a demanda atual por mais duzentos anos.
No Brasil, as principais reservas estão localizadas no sul do país, no Rio Grande do Sul que detém mais de 90% das reservas nacionais .
No entanto, o uso energético do carvão mineral ainda é bastante restrito, representando apenas 6,6% da matriz energética brasileira. Entre outras restrições, os altos teores de cinza e enxofre são os principais responsáveis pelo baixo índice de aproveitamento do carvão no Brasil.
A abundância das reservas e o desenvolvimento de tecnologias de limpeza e combustão eficiente, conjugados a necessidade de expansão dos sistemas elétricos e restrições de uso de outras fontes, indicam que o carvão mineral continuará sendo por muitas décadas, uma das principais fontes de geração de energia elétrica no Brasil.
Os primeiros aproveitamentos do carvão mineral para a geração de energia elétrica no Brasil datam de fins dos anos 1950, em decorrência da sua substituição por óleo diesel e eletricidade no setor de transporte ferroviário.
Em setembro de 2003, havia sete centrais termoelétricas a carvão mineral em operação no Brasil, totalizando 1.415MW de potência instalada. Quanto aos novos empreendimentos havia, naquela data o registro de seis centrais outorgadas.
Os maiores impactos socioambientais do carvão decorrem de sua mineração que afeta principalmente os recursos hídricos, o solo e o relevo dos ares circunvizinhas. A abertura dos poços de acesso aos trabalhos de lavra feitas no próprio corpo do minério, e o uso de máquinas e equipamentos manuais, como retroescavadeiras, escarificadores e rafas, provocam a emissão de óxido de enxofre, óxido de nitrogênio, monóxido de carbono e outros poluentes da atmosfera.
Durante a drenagem das minas, feita por meio de bombas, as águas sulfurosas, são lançadas no ambiente externo, provocando a elevação das concentrações de sulfatos e de ferro e a redução de pH no local de drenagem.
O beneficiamento do carvão gera rejeitos sólidos, que também são depositados no local das atividades, criando extesas áreas cobertas de material líquido, as quais são lançadas em barragens de rejeito ou diretamente em cursos de água. Grande parte das águas de bacias hidrográficas circunvizinhas é afetada pelo açulo de matérias poluentes.
As pilhas de rejeito são percoladas pelas águas pluviais, ocasionando a lixiviação de substancias tóxicas, que contaminam os lençóis freáticos. A posterior separação de carvão coqueificável de outras frações de menor qualidade forma novos depósitos, que cobrem muitos hectares de solos cultiváveis.
No Brasil a região sul é a que apresenta maiores transtornos relacionados ao impacto de extração de carvão. As cidades de Siderópolis e Criciúma estão entre as que apresentam graves problemas socioambientais. Em virtude dos rejeitos das minas de carvão.
Além dos referidos impactos da mineração, a queima de carvão em indústrias e termoelétricas causa graves impactos socioambientais, em face da emissão de material particulado e de gases poluentes. Além de prejuízos à saúde humana estes gazes são os principais responsáveis pela formação da chamada chuva ácida, que provoca a acidificação do solo e da água e consequentemente, alterações na biodiversidade, entre outros impactos negativos, como a corrosão de estruturas metálicas.

PARADIGMAS por Thomas Kuhn

As discussões sobre a formação das tradições de investigação mostra o forte componente sociológico da teoria da ciência de Kuhn. Foi seguindo esta orientação sociológica que muitos dos seus intérpretes receberam o conceito de paradigma, o mais fundamental da concepção kuhniana de ciência.
Kuhn associou o conceito de paradigma à comunidade de investigação.
Para entender o que Kuhn entende por paradigma, precisamos considerar, pelo menos, três momentos distintos de sua obra, onde este conceito é tematizado. Primeiro Kuhn usou a expressão paradigma com uma multiplicidade de sentidos. Depois, devido às fortes críticas que recebeu, ele reelaborou o conceito dando-lhe menos plasticidade e maior precisão. Mais tarde, ele retomou o assunto para explicitar ainda mais o que considera um paradigma.
No livro em que Kuhn usou a expressão paradigma com uma multiplicidade de sentidos, ele escreveu: “considero paradigmas as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência”. O paradigma é aquilo que constitui a própria razão de ser de uma comunidade de investigação, que primeiro recebe e aceita as realizações científicas passadas, para depois ajudar a difundir o conhecimento produzido, levando a diante a tradição. Poderíamos dizer até que esse vínculo cria uma relação autoconstitutiva.
No entender de Kuhn, os paradigmas são aprendidos durante um longo período de formação científica. Normalmente, a formação científica se baseia em livros nos quais são apresentados as grandes e bem sucedidas realizações científicas.
Na tentativa de definir o que entende por paradigma, Kuhn escreve: “um paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma.
No livro A Natureza do paradigma, Margaret Masterman, mostrou que a maior fonte de dificuldades estava na multiplicidade de sentidos que Kuhn havia dado ao termo. Analisando uma das obras de Kuhn, onde o conceito de paradigma é tematizado, Masterman encontra vinte e um sentidos diferentes com os quais ele teria identificado a palavra paradigma.
Para Masterman, o sentido sociológico de paradigma é encontrado em quatro momentos da obra de Kuhn, quando ele define paradigma como realização científica universalmente reconhecida, como realização científica concreta, como conjunto de instituições políticas e como decisão judicial aceita. No entanto, resume a autora: o paradigma é um conjunto de hábitos científicos.
O paradigma define, o modo de pensar, de falar e de agir do cientista. É isto o que mais se vincula ao código de funcionamento da comunidade de investigação.
Segundo Masterman, Kuhn usou a expressão paradigma para se referir a algo bem mais concreto. Nesse sentido, o conceito de paradigma é usado na referencia aos manuais ou obras clássicas, às analogias, à gramática, ao baralho de cartyas anômalo, á caixa de ferramentas, á fonte de instrumentos...m
As análises de Masterman foram responsáveis pela reelaboração do conceito, apresentado por Kuhn em seus textos subseqüentes.
Tensatndo esclarecer melhor o que entende por paradigma, agora Kuhn prefere usar a expressão ‘matriz disciplinar’. E explica: disciplinar – porque se refere a uma posse comum aos praticantes de uma disciplina particular; matriz – porque é composta de elementos ordenados de várias espécies, cada um deles exigindo uma determinação mais específica.
Será que com isso, realmente Kuhn conseguiu libertar o conceito de paradigma do vínculo com a comunidade científica?
O fato de ele ter dado maior precisão ao conceito não significa que agora se possa compreender o que é paradigma sem considerar a existência da comunidade. Isso pode ser evidenciado na descrição dos componentes da matriz disciplinar.
Segundo Kuhn, uma matriz disciplinar é composta por quatro elementos principais: as generalizações simbólicas, os modelos, os valores e os exemplares.
Das primeiras anotações de Kuhn até as reconsiderações, o conceito de paradigma inegavelmente ganhou mais clareza e precisão.

Análise Crítica do livro: EDUCAÇÃO E MUDANÇA - PAULO FREIRE


Não é possível fazer uma reflexão sobre o que é a educação sem refletir sobre o próprio homem . o homem se sabe inacabado por isso se educa . A educação é uma resposta da finitude da infinitude . A educação é possível para o homem , porque este é inacabado e sabe-se inacabado . Isto leva-o A sua perfeição . O homem deve ser sujeito de sua própria educação , ninguém educa ninguém , o homem como ser inacabado , está em constante busca com outros seres . A sabedoria parte da ignorância . Não há ignorantes absolutos . Se num grupo de camponeses conversamos sobre colheitas , devemos ficar atentos para a possibilidade de eles saberem muito mais do que nós . Devemos analisar diferentes grupos , pois não podemos julgar as pessoas como ignorantes, cada uma tem algo a nos ensinar, o que falta a essas pessoas é um saber sistematizado . Com base no inacabado, nasce o problema da esperança e da desesperança . Uma educação sem esperança não é educação . Aqui nos diz sobre a importância da esperança na educação , pois através dela haverá mudanças . Lembrando também a esperança na educação dos camponeses . Sobre o homem, Paulo Freire afirma que este homem está no mundo e em relação como mundo. Se apenas estivesse no mundo não haveria transcendência nem se objetivaria a si mesmo . O animal não é um ser de relações , mas de contatos. Está no mundo e não com o mundo. Aqui encontramos uma diferença entre o homem e o animal, pois o homem está no mundo e com o mundo tendo relações, enquanto o animal apenas está no mundo e tem contatos. Estes contatos são sensoriais na medida em que o animal não é capaz de refletir sobre as sensações oriundas dos seus sentidos. A primeira característica desta relação é de refletir sobre este mesmo ato . Reflexão do homem face a realidade . A Segunda característica é a conseqüência resultante da criação e recriação que assemelha o homem a Deus . As relações do homem são também temporais e transcendentais . Esse livro enfoca a análise que Paulo Freire faz do sistema educacional no processo de mudança da sociedade . Freire começa seu trabalho referindo-se à responsabilidade do profissional de educação perante a sociedade , que desenvolve suas atividades e compromissos em colaborar com um processo de transformação. Assina-la também que a educação tem como elemento fundamental , como seu sujeito , o homem que busca , por meio dela , a superação de suas imperfeições , de seu saber relativo . Outra categoria de análise que encontramos em seu trabalho é o papel do trabalhador social em um processo de mudança , este tem uma atuação destacada na desmistificação da realidade distorcida , provocando o descobrimento da verdadeira dimensão na qual está imerso o trabalhador , o que poderá ser conseguido por meio da percepção crítica da realidade . Assim , mediante a conscientização dos indivíduos com os quais trabalho e de sua própria conscientização como produto do contato com eles , cumprirá o trabalhador social , o papel de agente de mudança . Freire comenta , os diferentes aspectos que devem ser levados em cota no processo de alfabetização e conscientização de adultos . Relação íntima , dialética , com o contexto da sociedade onde se desenvolve este processo . A primeira característica por exemplo faz com que o homem , no caso o educando reflita sobre sua própria realidade e quando ele à compreende , é capaz de transforma-la . Já a Segunda característica nos mostra a capacidade que o homem tem de criar e recriar que o assemelha a Deus . A educação deve estimular a opção e afirmar o homem como homem . Adaptar é acomodar , não transformar . Em todo homem existe um ímpeto criador , que nasce da inconclusão do homem . Cabe a educação desenvolver este ímpeto de criador , devemos dar oportunidades para que os educandos sejam eles mesmos , desenvolver neles uma consciência crítica que permite o homem transformar a realidade . Quando uma sociedade está em constante mudança de seus valores , podemos afirmar que estamos em transição , ou seja , temos de saber o que fomos , o que somos para saber o que seremos . A sociedade fechada é aquela em que o ponto de decisão econômico de uma sociedade está fora dela e dentro de uma outra sociedade matriz que é a que tem opções , em troca , as demais sociedades só recebem ordens . É uma sociedade servil onde há alto índice de analfabetismo e desinteresse total pela educação básica dos adultos . essa sociedade é muito prejudicial para quem quer ter uma oportunidade na vida . Uma sociedade é alienada quando não tem consciência de seu próprio existir , ou seja, quando pretende imitar a outrem , já não é ele mesmo . Um profissional alienado é um ser inautêntico , não olha pra a realidade com critério pessoal , mas com olhos alheios . Por isso vive uma realidade imaginária e não a sua própria realidade objetiva .

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

RESUMO DO LIVRO: "O DESEJO DE ENSINAR E A ARTE DE APRENDER"

ALVES, Rubem. O desejo de ensinar e a arte de aprender. Campinas. Editora Fundação Educar DPaschoal. 2004

A primeira parte do livro é composta por seis crônicas sobre educação. O autor relata na crônica inicial, que a curiosidade é a coceira que dá no cérebro, Afirma, que todos os homens, enquanto crianças têm, por natureza, desejo de conhecer. Para as crianças o mundo é um vasto parque de diversões. As coisas são fascinantes, cada coisa é um convite.
Em uma outra crônica, o autor expõe seu pensamento de que as escolas fazem as crianças aprenderem aquilo que elas não querem aprender. As crianças têm muitas curiosidades e cabe a escola, ao professor levar a sério as perguntas que as elas fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. O autor opina que as perguntas que fazemos revelam o que queremos aprender. As perguntas que os alunos fazem revelam uma sede imensa de conhecimento. O autor se preocupa com aquilo que as escolas faziam com as crianças, mas agora se preocupa com aquilo que as escolas fazem com os professores, pois estes perderam a curiosidade em buscar, em conhecer, isso devido aos programas que devem seguir. As instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E se forem mudadas os professores aprenderão o prazer em ter curiosidade e fazer perguntas.
Numa outra crônica o autor diz que há muitos anos sugeriu que para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Pois assim como precisamos ter fome para comer, é preciso os alunos e os professores ter estímulos para aprender e ensinar. Ele afirma que toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. Para o cérebro pensar é preciso estímulos. A tarefa do professor é a mesma de uma cozinheira: antes de dar a faca e o queijo ao aluno é preciso provocar a fome.
Em uma outra crônica, Rubem Alves aborda sua preocupação em os professores estarem sempre conversando e discutindo sobre programas e pesquisas, deixando de citar no motivo pelo qual estão trabalhando na escola: os alunos. O autor destaca sonhar com o dia em que os professores terão mais prazer em falar sobre os alunos.
Outra crônica do de Rubem Alves revela que o aluno aprende o que não gosta por amar, por gostar. Quando se admira um mestre, o coração dá ordens à inteligência para aprender as coisas que o mestre sabe. Saber o que ele sabe passa a ser uma forma de estar com ele. Aprendemos porque amamos, aprendemos porque admiramos.
A importância do brinquedo para a aprendizagem das crianças está evidente na crônica Brincando que se aprende. O autor afirma que há brinquedos que são desafios ao corpo, à sua força, habilidade, paciência. E há brinquedos que são desafios á inteligência. A inteligência gosta de brincar. O brinquedo é tônico para a inteligência. Mas se ela tiver que fazer coisas que não são desafios, ela fica preguiçosa e emburrecida. Porém brinquedo pra ser brinquedo, tem de ser um desafio. Brinquedos comprados em lojas não são brinquedos por não oferecerem desafio algum. Todo conhecimento científico começa com um desafio. A tarefa do professor é entortar a sua disciplina e transformá-la num brinquedo que desafie a inteligência do aluno. Mas, para isso, é preciso que o professor saiba brincar e tenha uma cara de criança ao ensinar.
Na segunda parte do livro, Rubem Alves relata sobre a Escola da Ponte: a escola dos nossos sonhos.
O autor inicia esta parte contando como se apaixonou pela Escola da Ponte, em Portugal, um lugar único, onde alunos e professores convivem como amigos na fascinante experiência da descoberta.
Rubem Alves relembra que as crianças são curiosas naturalmente e tem o desejo de aprender. E que o interesse natural desaparece quando, nas escolas, a sua curiosidade é sufocada pelos programas impostos pela burocracia governamental.
Durante sua vida, o autor conta ter estado à procura da escola que daria asas à curiosidade. E de repente encontrou a escola de seus sonhos e se apaixonou.
Em 2000, Rubem Alves foi levado para conhecer uma escola diferente. A escola foi apresentada a ele por uma menina de 9 anos. O autor conta ter se assustado quando a menina disse que para entender a escola ele teria que esquecer de tudo o que sabia sobre escolas.
Na Escola da Ponte não há turmas, alunos separados por classes, os professores não dão aula com giz e lousa, não tem provas e notas. Os alunos aprendem através de um pequeno grupo de seis pessoas que formavam em torno de um tema de interesse comum. E o professor é convidado para ser assessor.
A escola era uma grande sala com muitas meninas, crianças pequenas, crianças grandes, algumas com Síndrome de Down. Cada uma fazendo a sua coisa. Estantes com livros. Vários computadores. Algumas crianças lendo ou escrevendo. Outras consultando livros e a internet. Algumas professoras assentadas à mesinha junto das crianças. Ninguém falava alto. E ouvia-se, baixinho, música clássica.
Ao conversar com uma menina que consultava um dicionário Rubem Alves percebeu a sua consciência em escrever textos, para que os alunos menores lessem e entendessem o que ela havia escrito.
O texto que a menina escrevia não era lição que a professora lhe passou. Ela escrevia a pedido dos alunos mais novos.
Essa rede livre de comunicação, responsabilidade e ajuda estava exibida em dois quadros afixados na parede. Num deles estava escrito Preciso que me ajudem, no outro, Posso ajudar em. Esses quadros era o meio de comunicação de quem precisava de ajuda e de quem podia ajudar.
Na Escola da Ponte, havia um tribunal de alunos para os alunos indisciplinados. Era o tribunal que entrava em ação e tomava providencias disciplinares. Os professores não eram responsáveis pela disciplina. Podendo assim, professores e diretor se dedicar aos desafios prazerosos de aprender junto com o aluno. Algum tempo depois o tribunal foi abolido pela assembléia. Percebeu-se que ele era uma instância de punição e não de recuperação.
As crianças da Escola da Ponte eram tratadas como se fossem únicas, com seus próprios sonhos, ritmos e interesses. Todas tinham o direito à alegria.
Rubem Alves conta que na Escola da ponte não havia programas. Mas isso não quer dizer que a aprendizagem aconteça ao sabor dos desejos das crianças. Uma das tarefas do professor é “seduzir” as crianças para coisas que elas ainda não experimentaram.
Naquela escola as crianças tinham o direito de não ler o livro de que não gostavam.
Rubem Alves acredita que o corpo carrega duas caixas. Uma delas é a “caixa de ferramentas”, onde se encontram todos os saberes instrumentais que nos ajudam a fazer coisas. Esses saberes nos dão os “meios para viver”. Mas há também uma “caixa de brinquedos”. Brincamos porque o brincar nos dá prazer. Na caixa de brinquedos há saberes que nos dão “razões para viver”.
Em uma parede da Escola da Ponte encontravam-se as leis. Estas eram o “pacto social” de convivência entre crianças, professores e funcionários.
Ao final da caminhada pela Escola, a menina que apresentava a escola à Rubem Alves indicou-o um computador. Nesse computador havia dois arquivos: Acho bem e Acho mal. Qualquer pessoa podia usar o computador para comunicar aos outros o que achava bem e o que achava mal.
O livro mostra que na Escola da Ponte os alunos aprendem totalidades. A totalidade vem primeiro e é só em relação a ela que as partes têm sentido.
Através da leitura e das palavras de Rubem Alves pode-se percebê-lo como um apaixonado pela Escola da Ponte. Assim como ele mesmo o reconhece. Ele conta que a escola o mostrou um mundo novo em que crianças e adultos convivem como amigos na fascinante experiência de descoberta do mundo. Aprender é muito divertido. Cada objeto a ser aprendido é um brinquedo. Pensar é brincar com as coisas. Brincar é coisa séria.
O autor conta que a amizade das crianças da Escola da Ponte o comove. Ele finaliza o livro dizendo que o maior prêmio para um professor é quando os alunos se tornam amigos dele. E afirma que um verdadeiro professor nunca sofre de solidão.


Análise da reportagem: Reforma do currículo escolar da Venezuela propõe eliminar o conceito de mestiço

O governo do presidente Hugo Chávez está elaborando um novo currículo. Os textos do novo currículo que serão entregue a todas as escolas do país venezuelano incluirão muitas modificações em relação ao currículo atual.
A ONG teve acesso a um documento, no qual explica algumas alterações que o tal governo pretende fazer no currículo escolar. No documento, a equipe comandada pelo irmão do preseidente, o ministro Adam Chávez, propõe eliminar o conceito de mestiço, fazendo com que a identidade nacional passasse a ser algo puro.
No início do ano letivo, Chávez ameaçou fechar qualquer escola privada que se negasse a ensinar conforme o novo modelo educativo.
O presidente disse que nem o Estado nem a sociedade podem permitir que os colégios privados façam o que tenham vontade.
Acredito que a proposta do governo de Chávez em relação ao novo currículo não esteja de acordo com os parâmetros curriculares. Pois os novos venezuelanos que o governo pretende formar, mal conhecerão o processo de colonização de seu país.
Outro fator curricular negativo da reforma curricular da Venezuela é que a equipe comandada pelo ministro do Poder Popular, irmão de Chávez, propõe eliminar o conceito de mestiço, fazendo com que a identidade nacional passe a ser algo puro.
Vejo isso como uma violação do conceito de mestiço, pois a identidade nacional será uma determinada origem, quando na realidade é outra.

TEXTO SOBRE O FILME: O CLUBE DO IMPERADOR


O filme conta a história de um colégio interno de educação tradicional, onde o professor Hundert forma “O Clube do Imperador”, para estudar a história da cultura greco-romana. O professor tenta moldar a personalidade dos alunos, usando os bons exemplos dos personagens da história. O caráter do professor muda quando se depara com o arrogante aluno, Sedgewick Bell, filho de um Senador também arrogante.
O objetivo do professor é transformar meninos em homens com princípios morais, homens de sucesso. O conflito se dá pelo fato de Bell manter um relacionamento com seu pai, em que não havia diálogo nem tão pouco carinho e afetividade. Nesse desafio, o professor acaba, desonestamente, forjando uma classificação em um concurso (Clube do Imperador), desviando-se de seu caráter sério, para tentar aproximar-se do garoto. Percebendo que não consegue mudar o caráter do aluno, o professor começa a refletir quanto a vitórias e derrotas. Esse conflito se torna mais profundo quando se decepciona, ao perceber que, mesmo entre os mestres da escola, a “esperteza” está presente. Quando chega sua chance de prestigiar o cargo máximo, de diretor, a escolha cai sobre alguém bem mais jovem que ele e que tinha como principal habilidade conseguir dinheiro para sustentar o colégio. Tudo isso, nos mostra que o ser humano será sempre imperfeito. A falta de caráter e a desonestidade existem em todos os lugares e até mesmo pessoas que sempre seguem esses princípios, podem uma hora ou outra, ter algum deslize. Há necessidade, como seres humanos, de nos renovarmos todos os dias.
Pode-se concluir que por melhor que seja a escola ou o professor, o caráter e a personalidade são moldados pelo “berço” dado pelas famílias e no decorrer da vida, os meios podem interferir, porém, o que de fato fica, são os exemplos, bons ou ruins, que recebemos de nossos pais.
O professor honra sua profissão, quando reconhece seus erros. Pois reconhecer os erros é de sábios.