quinta-feira, 16 de outubro de 2008

RESUMO DO LIVRO: “Alfabetização cartográfica e o livro didático: uma análise crítica”

ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA X LIVRO DIDÁTICO

O livro “Alfabetização cartográfica e o livro didático: uma análise crítica”, traz questões referentes ao conteúdo e o tratamento metodológico que os livros didáticos dão à educação para leitura de mapas.
A educação para leitura de mapas deve ser entendida como o processo de aquisição, pelos alunos, de uma série de conhecimentos e habilidades, para que consigam efetuar a leitura do espaço, representá-lo e desta forma construir os conceitos das relações espaciais.
Geralmente, é oferecido às crianças mapas projetivos e euclidianos, sem que elas tenham passado por uma educação cartográfica.
Assim, os alunos utilizam os mapas apenas como ilustração, ou para localizar fatos geográficos.
Muitas pessoas devem ter vivido experiências em que os deslocamentos pela cidade ou estradas foram facilitados com o auxílio de mapas.
O mapa informa, e deve ser utilizado como um instrumento de informação e não de ilustração pura e simples.
Ensinar a ler mapas ou alfabetizar para a leitura cartográfica tem implicações mais profundas para a educação que simplesmente ser um processo metodológico do ensino de Geografia.
É considerado em primeiro lugar os primeiros anos de escolaridade para a alfabetização cartográfica e, em segundo lugar, o papel que o livro didático ocupa em nossas escolas.
O espaço geográfico (natureza x sociedade) é o objeto de investigação da Geografia.
Os geógrafos defendem a idéia de que o conhecimento do espaço é o caminho para a autonomia político-financeira e que um dos instrumentos para este conhecimento é o mapa.
Um leitor crítico, capaz de ler o espaço real e sua representação, o mapa, é aquele que aprende os problemas do espaço e ao mesmo tempo consegue pensar as transformações possíveis para o mesmo.
A responsabilidade do geógrafo torna-se um complicado jogo de conhecimento onde não pode faltar o compromisso com a realidade e a atualidade.
A Geografia dos professores e a dos livros didáticos é uma “Geografia espetáculo”, onde o aluno não consegue construir conceitos, pois eles estão prontos e inquestionáveis.
O professor que pensa na formação da cidadania, como participação consciente e responsável, possivelmente é também um ser autônomo, com pensamentos próprios, toma decisões, tem iniciativa, é criativo.
Mapa é um símbolo que representa o espaço geográfico, de forma bidimensional e reduzida.
Preparar o aluno para a leitura de mapas deve incluir a sua ação como elaborador de mapas.
A leitura de mapas deve ser estudada com o mesmo cuidado que se tem com a leitura da escrita.
A alfabetização cartográfica deve ser vista como uma proposta metodológica.
Em um trecho do livro, a autora traz uma afirmação de Piaget , dizendo que a construção progressiva das relações espaciais se processa no plano perceptivo e no plano representativo.
As ações que os alunos organizam para essas construções podem explicar o funcionamento do seu pensamento para a leitura do espaço e sua representação.
Em um de seus livros, Piaget resgatou a classificação dos desenhos espontâneos da criança. Conforme essa classificação, existem fases para os desenhos espontâneos da criança.
Acredita-se que uma das decisões como educador, seja a escolha do livro didático.
O livro didático não é escolhido pelo aluno, e sim pelo professor. Cabe a ele fazer a melhor escolha, já que existe muita reclamação quanto à qualidade do livro didático.
Segundo o que os editores afirmam, os professores preferem livros com perguntas claras e inquestionáveis, a livros que possibilitem respostas pessoais dos alunos. Esses professores são atraídos pela maquiagem das ilustrações e frases de efeito.
Todas as pessoas que utilizam o livro didático precisariam discutir a sua qualidade e participar do processo de escolha e de sua melhoria. E essa melhoria, resultaria na melhoria da qualidade de ensino.
Nos livros didáticos de Estudos Sociais não se percebeu uma preocupação metodológica para a educação cartográfica.
Foram encontrados mapas, plantas de bairros, plantas baixas de sala de aula, porém desvinculados de uma preocupação metodológica para um trabalho eficaz da linguagem cartográfica.
As categorias que tratam de espaço geográfico entre si, ficaram incluídas no conjunto de espaço e sua territorialidade.
Existem diversas formas de representar a Terra: planta, mapa, globo terrestre e planisfério, e perfil topográfico.
Os mapas, representações gráficas da Terra, utilizam-se de elementos cartográficos para comunicarem as informações sobre a realidade do espaço que representam.
Diante da análise feita em alguns livros didáticos de estudos Sociais, constatou-se que os livros não preparam o aluno como leitor de mapas, porque não foram encontrados trabalhos com preocupações em formar estruturas cognitivas para a construção das relações espaciais.
Formar o leitor do espaço e sua representação ultrapassa a questão do ensino de Geografia.



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