segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

GEOLOGIA - Carvão Mineral

O carvão é uma complexa e variada mistura de componentes orgânicos sólidos, fossilizados ao longo de milhões de anos, como ocorre com todos os combustíveis fósseis. Sua qualidade, determinada pelo conteúdo de carbono, varia de acordo com o tipo de estágio dos compostos orgânicos. A turfa, de baixo conteúdo de carbonífero, constitui um dos primeiros estágios do carvão, com teor de carbono na ordem de 43%; o linhito apresenta um índice que varia de 60% a 75%; o carvão betuminoso, mais utilizado como combustível contém cerca de 75% a 85% de carbono, é o mais puro dos carvões; o antracito, apresenta um conteúdo carbonífero superior a 90%. Da mesma forma, os depósitos variam de camadas relativamente simples e próximas da superfície do solo, e, portanto, de fácil extração e baixo custo, as complexas e profundas camadas, de difícil extração e custos elevados.
O carvão mineral é o mais abundante dos combustíveis fósseis, com reservas da ordem de um trilhão de toneladas, o suficiente para atender a demanda atual por mais duzentos anos.
No Brasil, as principais reservas estão localizadas no sul do país, no Rio Grande do Sul que detém mais de 90% das reservas nacionais .
No entanto, o uso energético do carvão mineral ainda é bastante restrito, representando apenas 6,6% da matriz energética brasileira. Entre outras restrições, os altos teores de cinza e enxofre são os principais responsáveis pelo baixo índice de aproveitamento do carvão no Brasil.
A abundância das reservas e o desenvolvimento de tecnologias de limpeza e combustão eficiente, conjugados a necessidade de expansão dos sistemas elétricos e restrições de uso de outras fontes, indicam que o carvão mineral continuará sendo por muitas décadas, uma das principais fontes de geração de energia elétrica no Brasil.
Os primeiros aproveitamentos do carvão mineral para a geração de energia elétrica no Brasil datam de fins dos anos 1950, em decorrência da sua substituição por óleo diesel e eletricidade no setor de transporte ferroviário.
Em setembro de 2003, havia sete centrais termoelétricas a carvão mineral em operação no Brasil, totalizando 1.415MW de potência instalada. Quanto aos novos empreendimentos havia, naquela data o registro de seis centrais outorgadas.
Os maiores impactos socioambientais do carvão decorrem de sua mineração que afeta principalmente os recursos hídricos, o solo e o relevo dos ares circunvizinhas. A abertura dos poços de acesso aos trabalhos de lavra feitas no próprio corpo do minério, e o uso de máquinas e equipamentos manuais, como retroescavadeiras, escarificadores e rafas, provocam a emissão de óxido de enxofre, óxido de nitrogênio, monóxido de carbono e outros poluentes da atmosfera.
Durante a drenagem das minas, feita por meio de bombas, as águas sulfurosas, são lançadas no ambiente externo, provocando a elevação das concentrações de sulfatos e de ferro e a redução de pH no local de drenagem.
O beneficiamento do carvão gera rejeitos sólidos, que também são depositados no local das atividades, criando extesas áreas cobertas de material líquido, as quais são lançadas em barragens de rejeito ou diretamente em cursos de água. Grande parte das águas de bacias hidrográficas circunvizinhas é afetada pelo açulo de matérias poluentes.
As pilhas de rejeito são percoladas pelas águas pluviais, ocasionando a lixiviação de substancias tóxicas, que contaminam os lençóis freáticos. A posterior separação de carvão coqueificável de outras frações de menor qualidade forma novos depósitos, que cobrem muitos hectares de solos cultiváveis.
No Brasil a região sul é a que apresenta maiores transtornos relacionados ao impacto de extração de carvão. As cidades de Siderópolis e Criciúma estão entre as que apresentam graves problemas socioambientais. Em virtude dos rejeitos das minas de carvão.
Além dos referidos impactos da mineração, a queima de carvão em indústrias e termoelétricas causa graves impactos socioambientais, em face da emissão de material particulado e de gases poluentes. Além de prejuízos à saúde humana estes gazes são os principais responsáveis pela formação da chamada chuva ácida, que provoca a acidificação do solo e da água e consequentemente, alterações na biodiversidade, entre outros impactos negativos, como a corrosão de estruturas metálicas.

PARADIGMAS por Thomas Kuhn

As discussões sobre a formação das tradições de investigação mostra o forte componente sociológico da teoria da ciência de Kuhn. Foi seguindo esta orientação sociológica que muitos dos seus intérpretes receberam o conceito de paradigma, o mais fundamental da concepção kuhniana de ciência.
Kuhn associou o conceito de paradigma à comunidade de investigação.
Para entender o que Kuhn entende por paradigma, precisamos considerar, pelo menos, três momentos distintos de sua obra, onde este conceito é tematizado. Primeiro Kuhn usou a expressão paradigma com uma multiplicidade de sentidos. Depois, devido às fortes críticas que recebeu, ele reelaborou o conceito dando-lhe menos plasticidade e maior precisão. Mais tarde, ele retomou o assunto para explicitar ainda mais o que considera um paradigma.
No livro em que Kuhn usou a expressão paradigma com uma multiplicidade de sentidos, ele escreveu: “considero paradigmas as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência”. O paradigma é aquilo que constitui a própria razão de ser de uma comunidade de investigação, que primeiro recebe e aceita as realizações científicas passadas, para depois ajudar a difundir o conhecimento produzido, levando a diante a tradição. Poderíamos dizer até que esse vínculo cria uma relação autoconstitutiva.
No entender de Kuhn, os paradigmas são aprendidos durante um longo período de formação científica. Normalmente, a formação científica se baseia em livros nos quais são apresentados as grandes e bem sucedidas realizações científicas.
Na tentativa de definir o que entende por paradigma, Kuhn escreve: “um paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma.
No livro A Natureza do paradigma, Margaret Masterman, mostrou que a maior fonte de dificuldades estava na multiplicidade de sentidos que Kuhn havia dado ao termo. Analisando uma das obras de Kuhn, onde o conceito de paradigma é tematizado, Masterman encontra vinte e um sentidos diferentes com os quais ele teria identificado a palavra paradigma.
Para Masterman, o sentido sociológico de paradigma é encontrado em quatro momentos da obra de Kuhn, quando ele define paradigma como realização científica universalmente reconhecida, como realização científica concreta, como conjunto de instituições políticas e como decisão judicial aceita. No entanto, resume a autora: o paradigma é um conjunto de hábitos científicos.
O paradigma define, o modo de pensar, de falar e de agir do cientista. É isto o que mais se vincula ao código de funcionamento da comunidade de investigação.
Segundo Masterman, Kuhn usou a expressão paradigma para se referir a algo bem mais concreto. Nesse sentido, o conceito de paradigma é usado na referencia aos manuais ou obras clássicas, às analogias, à gramática, ao baralho de cartyas anômalo, á caixa de ferramentas, á fonte de instrumentos...m
As análises de Masterman foram responsáveis pela reelaboração do conceito, apresentado por Kuhn em seus textos subseqüentes.
Tensatndo esclarecer melhor o que entende por paradigma, agora Kuhn prefere usar a expressão ‘matriz disciplinar’. E explica: disciplinar – porque se refere a uma posse comum aos praticantes de uma disciplina particular; matriz – porque é composta de elementos ordenados de várias espécies, cada um deles exigindo uma determinação mais específica.
Será que com isso, realmente Kuhn conseguiu libertar o conceito de paradigma do vínculo com a comunidade científica?
O fato de ele ter dado maior precisão ao conceito não significa que agora se possa compreender o que é paradigma sem considerar a existência da comunidade. Isso pode ser evidenciado na descrição dos componentes da matriz disciplinar.
Segundo Kuhn, uma matriz disciplinar é composta por quatro elementos principais: as generalizações simbólicas, os modelos, os valores e os exemplares.
Das primeiras anotações de Kuhn até as reconsiderações, o conceito de paradigma inegavelmente ganhou mais clareza e precisão.

Análise Crítica do livro: EDUCAÇÃO E MUDANÇA - PAULO FREIRE


Não é possível fazer uma reflexão sobre o que é a educação sem refletir sobre o próprio homem . o homem se sabe inacabado por isso se educa . A educação é uma resposta da finitude da infinitude . A educação é possível para o homem , porque este é inacabado e sabe-se inacabado . Isto leva-o A sua perfeição . O homem deve ser sujeito de sua própria educação , ninguém educa ninguém , o homem como ser inacabado , está em constante busca com outros seres . A sabedoria parte da ignorância . Não há ignorantes absolutos . Se num grupo de camponeses conversamos sobre colheitas , devemos ficar atentos para a possibilidade de eles saberem muito mais do que nós . Devemos analisar diferentes grupos , pois não podemos julgar as pessoas como ignorantes, cada uma tem algo a nos ensinar, o que falta a essas pessoas é um saber sistematizado . Com base no inacabado, nasce o problema da esperança e da desesperança . Uma educação sem esperança não é educação . Aqui nos diz sobre a importância da esperança na educação , pois através dela haverá mudanças . Lembrando também a esperança na educação dos camponeses . Sobre o homem, Paulo Freire afirma que este homem está no mundo e em relação como mundo. Se apenas estivesse no mundo não haveria transcendência nem se objetivaria a si mesmo . O animal não é um ser de relações , mas de contatos. Está no mundo e não com o mundo. Aqui encontramos uma diferença entre o homem e o animal, pois o homem está no mundo e com o mundo tendo relações, enquanto o animal apenas está no mundo e tem contatos. Estes contatos são sensoriais na medida em que o animal não é capaz de refletir sobre as sensações oriundas dos seus sentidos. A primeira característica desta relação é de refletir sobre este mesmo ato . Reflexão do homem face a realidade . A Segunda característica é a conseqüência resultante da criação e recriação que assemelha o homem a Deus . As relações do homem são também temporais e transcendentais . Esse livro enfoca a análise que Paulo Freire faz do sistema educacional no processo de mudança da sociedade . Freire começa seu trabalho referindo-se à responsabilidade do profissional de educação perante a sociedade , que desenvolve suas atividades e compromissos em colaborar com um processo de transformação. Assina-la também que a educação tem como elemento fundamental , como seu sujeito , o homem que busca , por meio dela , a superação de suas imperfeições , de seu saber relativo . Outra categoria de análise que encontramos em seu trabalho é o papel do trabalhador social em um processo de mudança , este tem uma atuação destacada na desmistificação da realidade distorcida , provocando o descobrimento da verdadeira dimensão na qual está imerso o trabalhador , o que poderá ser conseguido por meio da percepção crítica da realidade . Assim , mediante a conscientização dos indivíduos com os quais trabalho e de sua própria conscientização como produto do contato com eles , cumprirá o trabalhador social , o papel de agente de mudança . Freire comenta , os diferentes aspectos que devem ser levados em cota no processo de alfabetização e conscientização de adultos . Relação íntima , dialética , com o contexto da sociedade onde se desenvolve este processo . A primeira característica por exemplo faz com que o homem , no caso o educando reflita sobre sua própria realidade e quando ele à compreende , é capaz de transforma-la . Já a Segunda característica nos mostra a capacidade que o homem tem de criar e recriar que o assemelha a Deus . A educação deve estimular a opção e afirmar o homem como homem . Adaptar é acomodar , não transformar . Em todo homem existe um ímpeto criador , que nasce da inconclusão do homem . Cabe a educação desenvolver este ímpeto de criador , devemos dar oportunidades para que os educandos sejam eles mesmos , desenvolver neles uma consciência crítica que permite o homem transformar a realidade . Quando uma sociedade está em constante mudança de seus valores , podemos afirmar que estamos em transição , ou seja , temos de saber o que fomos , o que somos para saber o que seremos . A sociedade fechada é aquela em que o ponto de decisão econômico de uma sociedade está fora dela e dentro de uma outra sociedade matriz que é a que tem opções , em troca , as demais sociedades só recebem ordens . É uma sociedade servil onde há alto índice de analfabetismo e desinteresse total pela educação básica dos adultos . essa sociedade é muito prejudicial para quem quer ter uma oportunidade na vida . Uma sociedade é alienada quando não tem consciência de seu próprio existir , ou seja, quando pretende imitar a outrem , já não é ele mesmo . Um profissional alienado é um ser inautêntico , não olha pra a realidade com critério pessoal , mas com olhos alheios . Por isso vive uma realidade imaginária e não a sua própria realidade objetiva .